domingo, 3 de maio de 2009

Memórias II

Posted by PicasaSidónio, num domingo dos anos ciquenta, depois de uma caldeirada de chocos ou talvez de um guisado de carne com esparguete, sigo para os caminhos de ferro a fim de apanhar o eléctrico para a Praça da Figueira (bilhete 30 centavos). Fazia depois o transbordo nos Restauradores para o eléctrico com destino a S. Sebastião (bilhete 80 centavos, não confundir com cêntimos). Isto traduzido em Euros, (como dizia o outro, é só fazer as contas...) não tem hoje qualquer significado, mas... com as mesadas ou a falta delas, que se praticavam na altura, era muito para o meu bolso, razão pela qual muitas vezes este percurso era feito a pé. Chegado ao destino, o «feminino», como era carinhosamente conhecido, acercava-me do portão e vá de puchar a maçaneta, que accionava uma sineta cujo som ainda tenho na memória. Abria-se o portão que dava acesso ao corredor, ficando à esquerda a sala de visitas e à direita os gabinetes da directora D.Armanda e da vice D.Ramira. (Esta senhora ainda esteve connosco no jantar de Natal de 2007). Então, a empregada de serviço questionava, quem vem visitar? A minha irmã Marília, dizia-lhe eu. Aguarde um pouquinho, retorquia ela. Na sala, outros colegas que faziam o mesmo percurso com a finalidade de visitar as irmãs. Havia então uns momentos de convívio entre irmãos e irmãs, «primos e primas» os quais, noutras circunstâncias, eram de todo impossíveis. Não esquecer que na época era impensável as alunas saírem do Instituto, mesmo que acompanhadas por familiares. Recordo ainda a porta, que dentro sala de visitas, dava acesso à escadaria que conduzia ao primeiro andar e através da qual se ouvia um frenesim entre as alunas que não tinham visitas e que faziam fila para, através dos vidros foscos, espreitarem os «borrachos» que se encontravam na sala. Foram assim, muitos domingos dos que passei no Sidónio.

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